quarta-feira, 6 de junho de 2007

O Museu da Energia



Um passeio sob a luz do conhecimento

O Estado de São Paulo ganha um museu sobre história e evolução da energia elétrica na cidade de Jundiaí. Espaço é o segundo núcleo museológico inaugurado pela Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo que gastou R$ 1 milhão com reforma e obras no prédio construído em 1905

Num ambiente quase virtual, que mistura desenhos e cenário real, é possível aprender, em alguns minutos, como estar alerta para ajudar a economizar energia. E não ter surpresas desagradáveis na hora de pagar a conta de luz no final do mês. Para embarcar nesse universo, basta levar um simples cartão magnético, além de imaginação e muita alegria. Com essa bagagem, que especialmente as crianças têm de sobra, pode-se conhecer o consumo dos eletrodomésticos através de instalações lúdicas e jogos interativos informatizados. Os visitantes poderão acionar um painel e equipamentos da casa cenográfica, aprendendo a realizar várias tarefas do cotidiano doméstico consumindo o mínimo de energia.

Toda essa criatividade e humor, numa residência colorida e cheia de fantasia, compõem a receita do espaço Aprender Brincando, um dos módulos temáticos que formam o Museu da Energia — Núcleo de Jundiaí, um espaço onde o visitante vai aprender sobre a história da energia elétrica, a importância dos procedimentos de segurança e o uso racional da energia. O local foi inaugurado no último dia 6 de março pela Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo (FPHESP) para comemorar seus três anos de atividades.

O prédio onde está instalado o museu foi totalmente restaurado para abrigar o acervo. Ocupando uma área de aproximadamente 750 metros quadrados de um edifício construído em 1905, o espaço não será apenas cultural. Também desenvolverá atividades educacionais para estudantes do Estado. Localizado na r. Barão de Jundiaí, 202, foi erguido para a primeira Estação Transformadora da região pela Empresa Luz e Força de Jundiaí, construída no final dos anos 20 pela Light.

Para reformar o edifício e instalar o acervo histórico, a instituição — mantida por várias empresas do ramo de energia — gastou R$ 1 milhão. O museu terá como vizinho o centenário Teatro Polytheama. Essa casa de espetáculos foi restaurada pela Prefeitura a partir do projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, autora do projeto do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Segundo Renato de Oliveira Diniz, historiador formado na USP e superintendente de Gestão Técnica da (FPHESP), o museu será importante para a população e, principalmente, para professores de todas as áreas do conhecimento. Todos poderão conhecer a origem da energia, inclusive com equipamentos históricos. "O projeto museológico levou em conta também uma forte preocupação com o meio ambiente porque a utilização da energia pressupõe recursos naturais", enfatiza Diniz. "Nossa meta é despertar a consciência do uso racional de energia, através desse acervo histórico do setor energético", informa.

Módulos interativos

Longe de ser apenas contemplativa, a exposição do museu foi dividida em quatro módulos. Cada um vai mostrar a história, a transformação, os riscos e os cuidados com a energia de forma agradável e divertida. O público conhecerá a legislação, as diferentes fontes e até uma série de maquetes interativas sobre o uso de diversas fontes de energia. Os órgãos de sentido — sensorial e auditivo — também são aguçados e explorados pelo trabalho singelo e cuidadoso da musicóloga Beth Bento, que criou ambientes de sonorização por todo o acervo, unindo música, história e cultura.

No espaço Uso Racional de Energia — Aprender Brincando foram construídos ambientes antigos e modernos que lembram uma residência. Instalações lúdicas contêm eletrodomésticos, utilizados para mostrar a relação do consumo de energia com os valores da conta de luz. Através de jogos interativos informatizados, os visitantes poderão saber, entre outros conceitos, que o consumo de energia elétrica depende basicamente de dois fatores: a potência do aparelho utilizado e o respectivo tempo de utilização. Eletrodomésticos antigos, em exposição, fazem contraponto com as instalações.

Ao percorrer História, Trabalho e Segurança, o visitante vai aprender que o uso descuidado da eletricidade pode trazer sérios riscos à saúde e mesmo à vida. Esse módulo apresenta propagandas antigas e um caminhão de 1928, semelhante aos usados para manutenção da rede elétrica no começo do século 20 e trata de questões relacionadas à legislação de segurança do trabalho e à prevenção de acidentes. O significado histórico das mudanças ortográficas, por exemplo, pode servir como opção de abordagem no aprendizado de português, através dos textos contidos nos cartazes de época.

As diferentes fontes primárias de energia e suas transformações são abordadas em Fontes, Transformações e Caminhos da Energia, que trata da energia hidrelétrica, térmica, eólica e solar. Em uma oficina educativa, os visitantes terão informação sobre magnetismo, eletrostática e eletricidade, podendo aplicar os conhecimentos obtidos na construção de lâmpadas rudimentares, motores simples e outros experimentos, completando a experiência com jogos interativos no computador. Entre as curiosidades, é permitido apreciar uma mostra de brinquedos adquiridos por meio de feiras de antigüidades ou doações como fogões, bondes, ferros de passar e aviões, além de uma instalação — por meio de fotos originais, objetos e desenhos dispostos em perspectiva — que mostra alguns equipamentos inusitados que serviam para levantar um poste no início do século passado.

Por fim, no módulo Fragmentos de um Espaço Industrial e a Mala Mágica da Energia os visitantes têm acesso a um túnel construído em tijolos, possivelmente parte de uma termelétrica a vapor que teria existido no local. Na seqüência, poderão usufruir, no auditório do museu, das experiências propiciadas pela Mala Mágica da Energia — uma série de maquetes interativas que demonstram o uso das diversas formas de energia, enfatizando a relação da produção, transporte e meio ambiente.

O museu possui, ainda, uma área de apoio à pesquisa, com material bibliográfico e de referência sobre a energia no Estado de São Paulo, para consulta local ou pela Internet. Há um vídeo educativo que conta a chegada dos imigrantes à região. Para orientar o público, foi treinada uma equipe de 25 monitores, quatro estagiários e 21 voluntários da terceira idade. Para conforto dos visitantes, o Museu da Energia dispõe de cafeteria e lojinha, com pequenas lembranças, material escolar, kits de experimentos, bonés, entre outros suvenires. O local, que está preparado para receber até 500 visitantes por dia, revela uma preocupação com os deficientes físicos: há rampas de acesso para todas instalações.

"Ao trabalhar aqui, sinto-me valorizada e reconhecida por estar mais próxima da cultura de minha cidade", ressalta a monitora e voluntária Dolores Dalves Porta, de 61 anos, moradora de Jundiaí. "Durante o passeio as pessoas exercitam sua reflexão, fazem diversas questões e saem com uma bagagem cultural muito mais ampla", afirma Marcelo Chaves, estudante de história da Unicamp. O visitante Klint Pedroso comprova a teoria. "Agora aprendi que ligar um rádio-relógio e um chuveiro ao mesmo tempo é muito diferente do que utilizá-los separados. Vou recomendar o passeio aos meus familiares."

Prédio histórico

Construído em alvenaria de tijolos, apresentando tipologia arquitetônica característica para abrigar equipamentos de uma estação transformadora, o edifício transformado em sede do museu tem muitas histórias para contar. O terreno foi comprado em 1905 e o prédio funcionou durante vários anos como a primeira estação transformadora da Empresa Luz e Força de Jundiaí.

Sua origem remonta a junho de 1904, durante o desenvolvimento industrial da cidade, então impulsionado pela energia a vapor, pela imigração italiana e pela implantação da estrada de ferro. A energia elétrica chega a Jundiaí a partir da construção das usinas de Monte Serrat e Quilombo, iluminando as casas e modificando o maquinário das fábricas, constituindo um grande acontecimento como retratam cronistas da época.

A viabilização de novos empreendimentos impulsiona o consumo de energia elétrica. Em 1927, a Empresa Luz e Força, não tendo mais condições de ampliar sua capacidade geradora, entrega à The São Paulo Tramway Light & Power o seu controle acionário, além de máquinas e imóveis. Em 1981 foi incorporada à Eletropaulo — Eletricidade São Paulo S. A. por ocasião da transferência da Light para o governo do Estado de São Paulo. Em 1998, o imóvel passa a pertencer à Bandeirante Energia S. A. e, no mesmo ano, à Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo.

O Museu da Energia (r. Barão de Jundiaí, 202, Centro, Jundiaí, São Paulo) fica aberto às segundas, quartas, sextas, sábados e domingos, das 10h às 17h. Nas quintas, das 10h às 21h. O ingresso custa R$ 8,00. Grupos, aposentados e escolas pagam R$ 4,00. Durante o mês de março, visitante paga R$ 2,00. Mais informações pelo tel. (11) 279-6237.

terça-feira, 5 de junho de 2007

TOP 10 Individual

Ai galera, votem no final do site o top 10 dos blogs individuais!
Obs.: Não vale vota em si mesmo, vote em min!

Comissão Internacional de Eletrotecanica apresenta no Broadband World Forum Asia 2007 as olimpiadas da Inovação Global

Em quanto Beijing se prepara para as olímpiadas de 2008, a Comissão Internacional de Eletrotecnica (IEC) traz seus própios jogos, As Olimpiadas da Inovação Global. A idéia foi apresentada no forúm que reune importantes nomes da eltrotecnica atualmente, como lideres do Ministerio da Informação e Industria e da Comissão de Desenvolvimento Nacional e da Reforma, a Broadband World Forum Asia 2007.
"Reconhecendo Beijing como anfitrião dos jogos Olímpicos de 2008, o fórum irá compartilhar algumas tecnologias com os jogos, ajudando, assim, a propagação das tecnologias da empresa"
disse o presidente da IEC, John Janowiak. "Os participantes que forem ver os jogos Olimpicos poderam passar na nossa própia olimpiada para aprender o funcionamento das máquinas e usar novas experiencias, tudo supervisionado pelos experts da China Netcom.
O forum mostrará portadores, fornecedores satisfeitos, e fornecedores do equipamento como fornecer estes serviços e aplicações novos aos usuários e como encontrar-se com os desafios e as exigências ajustados pelos jogos Olimpicos.

Para conferir as oficinas do fórum e das Olimpiadas da Inovação global e a reportagem original, visite:
http://www.iec.org/about/053007_olympics.html

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Revisando o Tratado de Eletricidade e Magnetismo

O desafio de Maxwell ao escrever o Tratado sobre Eletricidade e Magnetismo, publicado pela primeira vez em 1873, era expor sua teoria e estabelecer os novos padrões para o tratamento dos problemas eletromagnéticos. O Tratado tem uma parte principal que lida com aspectos gerais do campo eletromagnético, tais como a teoria de campo para a eletricidade baseada em conceitos de carga e corrente; uma derivação dinâmica das equações de movimento pelo método lagrangeano baseado nos conceitos de energia cinética e potencial; e a essência da teoria eletromagnética da luz (que discutiremos adiante). A outra parte lida com os fenômenos menos compreendidos na época, tais como os tipos especiais de condução elétrica, teorias especiais de magnetização e a rotação do plano de polarização da luz na presença de um campo magnético. A parte principal do Tratado trata a matéria e o éter como um único meio com propriedades macroscópicas variáveis e evita especulações sobre a natureza do éter e da matéria.

As principais idéias contidas no livro são, entre outras:

1) A carga elétrica não passa de uma descontinuidade no deslocamento mecânico do éter (uma espécie de aglomerado de éter) e a corrente é o éter em movimento. Lembremos que a hipótese do elétron só foi confirmada experimentalmente em 1897 pelo físico inglês Joseph John Thomson (1856-1940);

2) como Maxwell escreveu o livro baseado no formalismo lagrangeano, para criar uma nova teoria basta modificar a função lagrangeana que descreve a energia do éter;

3) o efeito da matéria sobre o éter é misterioso e deve ser deixado de lado até que os problemas sejam resolvidos pelo método da energia;

4) a condutividade elétrica é misteriosa e tem algo a ver com a estrutura da matéria;

5) condições de contorno são ferramentas analíticas cruciais;

6) modelos mecânicos do éter são ilustrações importantíssimas das trocas de energia mas não refletem necessariamente a verdadeira estrutura do éter.

Muitos leitores esperavam encontrar no Tratado uma exposição sistemática completa das idéias de Maxwell sobre eletromagnetismo. No entanto, como ele mesmo afirmou, seu objetivo com o livro era organizar suas próprias idéias apresentando uma visão completa do estágio que havia atingido até então. O livro é estruturado de uma forma histórica e experimental, ao invés de seguir uma linha didática para a apresentação da teoria. Tanto que as idéias são exibidas em seus diversos graus de maturidade em partes diferentes do livro; as seções são desenvolvidas independentemente, com inconsistências e saltos entre uma e outra ou mesmo contradições na argumentação. O livro é muito mais um estudo do autor do que um trabalho acabado.

A morte prematura de Maxwell, aos 48 anos, ocorreu em uma época na qual suas idéias estavam ganhando adeptos e ele estava preparando uma revisão abrangente do Tratado.

Energia Brasileira para o Futuro Global